HISTÓRIA DA ELETRICIDADE - PARTE 1
MITOS E LENDAS SOBRE A ELETRICIDADE
A Humanidade passou muito tempo convivendo com a eletricidade, um fenômeno natural que acontecia muitas vezes através de raios, choques devido a eletricidade estática sem nenhuma explicação científica. Ao longo dos séculos nosso conhecimento desta forma de energia foi gradativamente progredindo como iremos relatar mais adiante no Blog sobre a História da Eletriciade. Muitos inventores, homens de ciência e outros pesquisadores deram sua contribuição relevante na construção deste conhecimento que temos sobre o assunto. Mas nessa longa jornada rumo ao entendimento da eletricidade a Humanidade buscou explicá-la através de diversas lendas, mitos, folclores, crendices entre outros. Iremos tratar a seguir de algumas destas lendas e mitos.
Os raios e os trovões aparecem com frequência nos mitos e lendas das civilizações do passado. Profetas, sábios, escribas e feiticeiros os interpretavam como manifestações divinas, considerados principalmente como reação de ira de Deuses contra as atitudes dos homens. Nas mãos de heróis mitológicos e de divindades eram utilizados como lanças, martelos, bumerangues, flechas ou setas para castigar e perseguir os homens pecadores.
Na pré-história acredita-se que o homem primitivo teve seu primeiro contato com o fogo juntamente com a eletricidade, através de um raio atingindo uma árvore e em consequência o surgimento de chamas. A curiosidade humana impulsionou o homem pré-histórico e o possibilitou a grande conquista de poder controlar o fogo.
Bumerangue
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Há mais
de cinco mil anos, os babilônicos acreditavam que o deus Adad carregava um
bumerangue em uma de suas mãos. O objeto lançado provocava o trovão. Na outra
mão, empunhava uma lança. Quando arremessada produzia os raios.
Deus Babilônico ADAD
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Castigo
dos Deuses
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Para os
antigos gregos, os raios eram lanças produzidas pelos gigantes Ciclopes,
criaturas de um olho só. Elas eram construídas para que Zeus, o rei dos deuses, as
atirasse sobre os homens pecadores e arrogantes. Como a mitologia grega foi
migrada e adaptada à romana, a interpretação dada aos raios não sofreu muita
alteração entre os romanos. O rei dos deuses, Júpiter, também tinha o hábito,
como Zeus, de enviar raios (lanças) sobre os homens. Minerva, a deusa da
sabedoria, no lugar de Ciclopes, era quem abastecia Júpiter com esta poderosa
arma. Entre os nórdicos, que viviam no norte da Europa, Thor era o deus do
trovão e dos raios. O som do trovão era provocado pelo movimento das rodas de
sua carruagem e os raios podiam ser vistos quando Thor arremessava seu martelo.
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ZEUS DEUS GREGO
THOR DEUS NÓRTICO DO TROVÃO
Alvo ou Proteção?
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Acreditava-se
que havia árvores que atraíam raios, enquanto outras as repeliam. O grande
deus romano, Júpiter, tinha como símbolo o carvalho, árvore alta e majestosa,
constantemente atingida por raios. Por outro lado, acreditava-se no poder de
proteção do loureiro, arbusto também encontrado na região do Mediterrâneo,
cujos ramos e folhagens eram utilizados sobre a cabeça de imperadores e
generais romanos. O loureiro era considerado um meio de proteção contra a ira
dos deuses da tempestade que, presumia-se, invejavam os generais pelas
vitórias e conquistas de seus exércitos.
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Sinos
contra Raios
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Outra
crença, muito difundida na Europa Medieval, dizia que o badalar dos sinos das
igrejas durante as tempestades afastaria os raios. A superstição perdurou por
muito tempo. Muitos campanários de igreja foram atingidos e mais de uma
centena de tocadores de sino foram mortos acreditando em tal ideia. A
superstição perde força somente no início do século XVIII.
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Amuletos
de Proteção
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Outra
crença popular considerava a pedra-de-raio um talismã para proteção pessoal e
de residências entre povos europeus, asiáticos e americanos. No nordeste
brasileiro, a pedra-de-raio é conhecida até hoje como pedra-de-corisco, por
influência dos portugueses do século XVI. A pedra seria trazida pelo raio,
cuja força meteórica a enterraria. A origem de tal superstição está baseada
na falsa ideia de que um local não pode ser atingido duas vezes pelo mesmo
raio, mas a explicação para a origem destas ideias pode estar relacionada com
achados de utensílios e armas de pedra polida de povos mais antigos. Sabe-se
que os etruscos e, mais tarde, os romanos da antiguidade usavam a pedra
(pontas de flechas e de martelos) em colares como amuleto. Ficavam à mostra
no pescoço, mas também eram colocadas nas casas e no telhado com o intuito de
ficar a salvo dos raios. Na Bahia, os escravos africanos acreditavam que a
pedra-santa-bárbara, como chamavam a pedra-de-raio, desprendia-se da
atmosfera durante as tempestades. Ela teria poderes curativos e por isso era
utilizada em preparos de remédios para diversas doenças.
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Espelho atrai raios? Não. A crença surgiu na época em que os espelhos tinham grandes molduras metálicas – elas, sim, um grande atrativo para os raios. Não há necessidade de cobrir espelhos durante uma tempestade. |
Um raio
não atinge duas vezes o mesmo local?
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Também
é mentira. Uma prova disso é o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, que recebe
cerca de seis raios por ano.
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No Brasil, Tupã (que na língua tupi significa trovão) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.
Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão
Representação de Tupã
INTRODUÇÃO
Há cerca de 300 anos, a eletricidade era vista como um poder mágico, capaz de matar, reviver os mortos e modificar as leis da natureza. Atualmente ela é a base do mundo moderno, mantendo e impulsionando novas tecnologias, alimentando nossas vidas. Essencial em todos os aspectos do nosso Mundo moderno. As vezes imagino como seria o Mundo moderno sem a existência da energia elétrica... Com certeza seria muito diferente daquele que todos nós conhecemos. A eletricidade praticamente se encontra em todas as instalações, seja na indústria, comércio, equipamentos, eletrodomesticos, instrumentos, meios de transportes, nos edificios, enfim praticamente em tudo! Nem percebemos muitas vezes sua existência no cotidiano.
Graças a eletricidade o Homem transformou a noite em dia através da iluminação (lâmpada elétrica), podemos nos comunicar via internet e celulares, produzir e criar novos bens de consumo e tantas outras coisas. Mas de onde ela surgiu??? Quem descobriu na natureza a existência desta forma de energia?? Com certeza foi um longo caminho que a Humanidade teve de percorrer para se chegar no aqui e agora. Por esta razão decidi fazer uma pequena coletânea de informações sobre este assunto e compartilhar aqui no meu Blog.
A Eletricidade é a área da Física responsável pelo estudo de fenômenos associados a cargas elétricas. O termo eletricidade originou-se da palavra eléktron,
que é derivada do nome grego âmbar. O âmbar, por sua vez, é uma resina
fóssil que, quando atritada em algum tecido, pode passar a atrair
pequenos objetos. Como exemplos de fenômenos relacionados com a eletricidade podemos citar os relâmpagos, a eletricidade estática e correntes elétricas em fios elétricos.
Ambar é uma resina fóssil
Foi na Grécia que surgiram as primeiras definições para a eletricidade. O Filósofo e matemático grego Tales de Mileto, por volta de 600 a.C., atribuiu a existência de uma “alma” aos materiais que podiam ser eletrizados e atrair pequenos objetos. No entanto, ele se enganou ao imaginar que essa propriedade de atração estava ligada ao magnetismo, e não à eletricidade.
Tales de Mileto
Durante milênios os fenômenos envolvendo cargas elétricas ficaram restritos apenas a curiosidades, mas, no século XVI, Willian Gilbert publicou um estudo que diferenciava magnetismo de eletricidade e introduziu alguns dos principais termos utilizados pela Física, como polos magnéticos e força elétrica.
Em 1600, o físico e médico inglês William Gilbert publica sua obra "De Magnete" na qual relata estas propriedades. Surge pela primeira vez as palavras Eletricidade e Eletrização.
Em 1600, o físico e médico inglês William Gilbert publica sua obra "De Magnete" na qual relata estas propriedades. Surge pela primeira vez as palavras Eletricidade e Eletrização.
William Gilbert
Em 1660 o físico alemão Otto Von Guericke inventou a máquina eletrostática que era capaz de gerar cargas elétricas por fricção.
Otto Von Guericke
Máquina Eletrostática criada por Otto Von Guericke
Em 1729 o físico e astrônomo amador inglês que trabalhava como tintureiro, Stephen Gray descobre através de experimentos a existência de materiais condutores e não condutores de eletriidade. Descobriu também o princío da indução eletrostática.
Stephen Gray
Outro nome importante foi o químico francês Charles Du Fay, o primeiro cientista a falar da existência de duas eletricidades. Descobridor europeu da eletricidade positiva e negativa, descrevendo pela primeira vez em termos de cargas elétricas a existência de atração e repulsão em 1737.
Em seguida, Benjamin Franklin, já em 1750, propôs uma teoria que dizia que a eletricidade era um fluido que saía de um corpo para o outro, podendo ser negativo ou positivo. A teoria do fluido predominou até o século XIX, quando, em uma experiência com raios catódicos, J. J. Thompson descobriu a existência dos elétrons.
O cientista e também escritor e diplomata americano Benjamin Franklin (1706-1790) usou um fio de metal para empinar uma pipa de papel. Este fio estava preso a uma chave, também de metal, manipulada por um fio de seda. Franklin soltou o "brinquedo" junto com o filho e observou que a carga elétrica dos raios descia pelo dispositivo. Franklin carregou uma garrafa de Leyden utilizando pipas durante tempestades e constatou que os raios são uma forma de eletricidade.
A perigosa experiência, realizada em 15 de junho de 1752, comprovou à comunidade científica da época que o raio é apenas uma corrente elétrica de grandes proporções. Como cientista voltado à praticidade e à utilidade de suas descobertas, Franklin demonstrou ainda que hastes de ferro ligadas à terra e posicionadas sobre ou ao lado de edificações serviriam de condutores de descargas elétricas atmosféricas. Estava inventado o para-raios. O para-raios inventado por Benjamin Franklin ainda é utilizado nos dias de hoje.
Charles Du Fay
Atração e Repulsão de Cargas Elétricas
Atração e Repulsão de Cargas Elétricas
A garrafa de Leiden (ou de Leyden) é uma espécie primitiva de capacitor, dispositivo capaz de armazenar energia elétrica. Foi inventada acidentalmente em 1746 por Pieter van Musschenbroek, professor da Universidade de Leiden, Países Baixos, quem estudou suas propriedades e a popularizou. Pieter van Musschenbroek (Leiden, Países Baixos, 14 de março de 1692 a 19 de setembro de 1761) foi o cientista responsável pela invenção do primeiro condensador (também conhecido como capacitor).
Garrafa de Leyden
Pieter van Musschenbroek
Em seguida, Benjamin Franklin, já em 1750, propôs uma teoria que dizia que a eletricidade era um fluido que saía de um corpo para o outro, podendo ser negativo ou positivo. A teoria do fluido predominou até o século XIX, quando, em uma experiência com raios catódicos, J. J. Thompson descobriu a existência dos elétrons.
Benjamin Franklin
O cientista e também escritor e diplomata americano Benjamin Franklin (1706-1790) usou um fio de metal para empinar uma pipa de papel. Este fio estava preso a uma chave, também de metal, manipulada por um fio de seda. Franklin soltou o "brinquedo" junto com o filho e observou que a carga elétrica dos raios descia pelo dispositivo. Franklin carregou uma garrafa de Leyden utilizando pipas durante tempestades e constatou que os raios são uma forma de eletricidade.
Experiência da Pipa de Franklin
Foto Para-raios tipo Franklin
Em 1780 na Itália o médico e professor de Anatomia, Luigi Galvani, descobre que as pernas de um sapo morto, que estava sobre uma placa metálica, sofriam uma contração quando tocadas com um bisturi. Na época Galvani atribuiu este fenômeno à descarga elétrica.
Esta descoberta trouxe grandes avanços cietíficos no campo da medicina e também inspirou a escritora britânica Mary Shelley que escreveu uma estória de romance e terror chamada de Franskstein em 1831.
Experiomento de Luigi GalvaniEsta descoberta trouxe grandes avanços cietíficos no campo da medicina e também inspirou a escritora britânica Mary Shelley que escreveu uma estória de romance e terror chamada de Franskstein em 1831.
Luigi Galvani
Desde então os estudos sobre Eletricidade assumiram uma enorme dimensão. Atualmente é impossível imaginar nossa vida sem ela. Lâmpadas, computadores, aparelhos de TV, geladeiras, entre tantos outros, são todos equipamentos elétricos que nos proporcionam mais do que somente conforto, pois para o homem moderno seu uso é uma necessidade. Os meios de comunicação não existiriam sem os avanços nessa área. Outras áreas são literalmente impulsionadas pela Eletricidade, tais como Refrigeração, Telecomunicações, Transportes (Aviação, Embarcações marítmas, Trens, Metrôs, VLT, veículos em geral), Eletrônica, Mecatrônica, Informática, entre outros...
Continuaremos depois a Parte 2 desta maravilhosa História da Eletricidade. Até lá, amigos.
Fontes:
http://brasilescola.uol.com.br/fisica/eletricidade.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eletricidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tup%C3%A3
http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/el.atm/mitos.php
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